segunda-feira, 30 de abril de 2012

Deus Conhece Cada Um Individualmente

Evangelho segundo S. João 10,1-10.

 Naquele tempo, disse Jesus:

«Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no redil das ovelhas, mas sobe por outro lado, é um ladrão e salteador. Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A esse o porteiro abre-a e as ovelhas escutam a sua voz. E ele chama as suas ovelhas uma a uma pelos seus nomes e fá-las sair.

Depois de tirar todas as que são suas, vai à frente delas, e as ovelhas seguem-no, porque reconhecem a sua voz. Mas, a um estranho, jamais o seguiriam; pelo contrário, fugiriam dele, porque não reconhecem a voz dos estranhos.» Jesus propôs-lhes esta comparação, mas eles não compreenderam o que lhes dizia. Então, Jesus retomou a palavra: «Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas. Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não lhes prestaram atenção.

Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim estará salvo; há-de entrar e sair e achará pastagem.

 O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.

Comentário  feito por : Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano

«E Ele chama as Suas ovelhas uma a uma pelos seus nomes»

«Eu sou a porta das ovelhas»: Nosso Senhor afirma que é a porta do redil.

O que é então este redil, este cercado de que Cristo é a porta? É o coração do Pai, no qual e do qual Cristo é verdadeiramente uma porta digna de ser amada, Ele que nos abriu o Seu coração, até então fechado para todos os homens. É neste aprisco que se encontram reunidos todos os santos.

O Pastor é o Verbo eterno; a porta é a humanidade de Cristo; e as ovelhas desta casa são as almas humanas, mas também os anjos; o porteiro é o Espírito Santo , porque toda a verdade compreendida e expressa provém d'Ele. Com que amor e com que bondade Ele nos abre a porta do coração do Pai e nos dá sem cessar acesso ao tesouro escondido, às habitações secretas e às riquezas desta casa!

Ninguém pode imaginar nem compreender até que ponto Deus é acolhedor, está pronto a receber, desejoso, sedento de o fazer, e como vai à nossa frente a cada instante e a cada hora. Oh meus filhos, quão surdos permanecemos a este convite amoroso , quantas vezes o recusamos.

Quantos convites e apelos do Espírito Santo são recusados por causa das coisas deste mundo! Quantas vezes preferimos outras coisas a este local onde Deus nos quer!

sábado, 21 de abril de 2012

O BARCO CHEGOU À TERRA

Sabado, dia 21 de Abril de 2012

Evangelho segundo S. João 6,16-21.
 

Ao cair da tarde, os seus discípulos desceram até ao lago
e, subindo para um barco, foram atravessando o lago em direcção a Cafarnaúm.
Já tinha escurecido e Jesus ainda não fora ter com eles. Soprando uma forte ventania, o lago começou a agitar-se.


Depois de terem remado mais ou menos uma légua, avistaram Jesus que se aproximava do barco, caminhando sobre o lago, e tiveram medo.
Mas Ele disse-lhes: «Sou Eu, não tenhais medo!»


Quiseram recebê-lo logo no barco, e o barco chegou imediatamente à terra para onde iam.

Comentário por :

Santa Teresa-Benedita da Cruz [Édith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa

Poesia: paráfrase ao Salmo 45

«O barco chegou imediatamente à terra para onde iam»

Quando as tempestades rebentam
Tu és, Senhor, a nossa força.
Louvar-Te-emos, Deus de fortaleza,
Nosso constante refúgio.
Aguentamos firme junto de Ti,
Em Ti pondo toda a nossa confiança,
Seja a terra abalada,
Esteja o mar encapelando.
 


Podem as ondas altear e reventar
Podem as montanhas mover-se;
A alegria iluminar-nos-á,
A Cidade de Deus dá-Te graças,
Tens nela a Tua morada,
Preservas a sua santa paz.
E um poderoso rio protege
A sublime morada de Deus.


Agitam-se os povos, em loucura,
Desmorona-se o poder das nações,
Eis que Ele eleva a voz,
A terra ruge, estremecendo,
Mas o Senhor está connosco,
Deus, Senhor dos Exércitos,
Tu és para nós luz e salvação,
Nada temeremos.


Vinde todos, vinde contemplar
Os prodígios do Seu poder:
Todas as guerras se dissipam,
A corda do arco afrouxa.
Lançai no braseiro de fogo
O escudo e a arma de guerra.
Deus, o Senhor dos Exércitos,
Está connosco e socorre-nos na tribulação.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

PASCOA, GRANDE FESTA DOS JUDEUS

Sexta-feira, dia 20 de Abril de 2012

Evangelho segundo S. João 6,1-15.

Naquele tempo, Jesus foi para a outra margem do lago da Galileia, ou de Tiberíades.
Seguia-o uma grande multidão, porque presenciavam os sinais miraculosos que realizava em favor dos doentes.
Jesus subiu ao monte e sentou-se ali com os seus discípulos.
Estava a aproximar-se a Páscoa, a festa dos judeus.
Erguendo o olhar e reparando que uma grande multidão viera ter com Ele, Jesus disse então a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para esta gente comer?»

Dizia isto para o pôr à prova, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Filipe respondeu-lhe:
«Duzentos denários de pão não chegam para cada um comer um bocadinho.»
Disse-lhe um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro:
«Há aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?»
Jesus disse: «Fazei sentar as pessoas.» Ora, havia muita erva no local. Os homens sentaram-se, pois, em número de uns cinco mil.
Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os pelos que estavam sentados, tal como os peixes, e eles comeram quanto quiseram.
Quando se saciaram, disse aos seus discípulos: «Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca».
Recolheram-nos, então, e encheram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada que sobejaram aos que tinham estado a comer.
Aquela gente, ao ver o sinal milagroso que Jesus tinha feito, dizia: «Este é realmente o Profeta que devia vir ao mundo!»
Por isso, Jesus, sabendo que viriam arrebatá-lo para o fazerem rei, retirou-se de novo, sozinho, para o monte.

Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Catecismo da Igreja Católica

O milagre da multiplicação dos pães, quando o Senhor proferiu a bênção, partiu e distribuiu os pães a Seus discípulos para alimentar a multidão, prefigura a superabundância deste único pão de Sua Eucaristia.
O sinal da água transformada em vinho em Caná já anuncia a hora da glorificação de Jesus. Manifesta a realização da ceia das bodas no Reino do Pai, onde os fiéis beberão o vinho novo, transformado no Sangue de Cristo.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

«Deus dá o Espírito sem medida»

Quinta-feira, dia 19 de Abril de 2012

Evangelho segundo S. João 3,31-36.

Aquele que vem do Alto está acima de tudo. Quem é da terra à terra pertence e fala da terra. Aquele que vem do Céu está acima de tudo e dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho.

Quem aceita o seu testemunho reconhece que Deus é verdadeiro;
pois aquele que Deus enviou transmite as palavras de Deus, porque dá o Espírito sem medida.

O Pai ama o Filho e tudo põe na sua mão.
Quem crê no Filho tem a vida eterna; quem se nega a crer no Filho não verá a vida, mas sobre ele pesa a ira de Deus.

Comentário feito por :

São Vicente de Paulo (1581-1660), presbítero, fundador de comunidades religiosas

Deus dá-nos as Suas graças segundo as necessidades que temos. Deus é uma fonte à qual todos vão buscar água segundo as suas necessidades. Como uma pessoa que precisa de seis baldes e traz seis; de três, três; um pássaro que não precise mais do que um golo e é isso que toma; ou um peregrino que sacia a sede com uma mão cheia de água. Acontece-nos o mesmo em relação a Deus.


Devemos sentir uma profunda emoção quando nos fidelizamos à leitura de um capítulo do Novo Testamento e produzimos os correspondentes atos: de adoração, adorando a palavra de Deus e a Sua verdade; entrando nos sentimentos com os quais Nosso Senhor os pronunciou e aceitando essas verdades; decidindo praticar essas mesmas verdades. Devemos sobretudo evitar ler por uma questão de estudo, dizendo: «Esta passagem vai servir-me para esta ou aquela prédica», mas ler apenas para nosso desenvolvimento.


Não nos devemos sentir desencorajados se, depois de o ler várias vezes, um mês, dois meses, seis meses, não nos sentimos tocados. Acontece que um dia veremos uma pequena luz, noutro dia uma maior, e uma maior ainda quando tivermos necessidade dela. Uma só palavra é capaz de nos converter; basta uma.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

«Todo o que n'Ele crê tenha a vida eterna»

Terça-feira, dia 17 de Abril de 2012

Evangelho segundo S. João 3,7b-15.

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Não te admires por Eu te ter dito: 'Vós tendes de nascer do Alto.'
O vento sopra onde quer e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito.»
Nicodemos interveio e disse-lhe: «Como pode ser isso?»
Jesus respondeu-lhe: «Tu és mestre em Israel e não sabes estas coisas?
Em verdade, em verdade te digo: nós falamos do que sabemos e damos testemunho do que vimos, mas vós não aceitais o nosso testemunho.
Se vos falei das coisas da terra e não credes, como é que haveis de crer quando vos falar das coisas do Céu?
Pois ninguém subiu ao Céu a não ser aquele que desceu do Céu, o Filho do Homem.
Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto,
a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna.


Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Santa Teresa Benedita da Cruz (1891-1942)

Poesia «Noite Santa»

Meu Senhor e meu Deus,
Tu me guiaste por um longo e obscuro caminho, pedregoso e duro.
Estava quase já sem forças, tanto que não esperava mais ver a luz do dia.
O meu coração estava duro como pedra devido ao sofrimento
Quando, diante dos meus olhos, se levantou a claridade suave duma estrela
E me guiou, fiel, e eu segui-a, primeiro com passos tímidos, depois mais seguros.

E cheguei por fim à porta da Igreja,
Que se abriu, e pedi para entrar.

Fui acolhida pela Tua bênção proferida pelo Teu sacerdote.
No seu interior sucedem-se as estrelas,
Estrelas de flores vermelhas que me indicam o caminho até Ti,
Que a Tua bondade permite que me conduzam no meu caminho até Ti.

O mistério que me faltava guardar, escondido no íntimo do coração,
Agora posso finalmente anunciá-lo em alta voz:
Eu creio, e confesso a minha fé!

O sacerdote conduz-me aos degraus do altar,
Inclino a cabeça, e a água santa escorre pela fronte abaixo.


Senhor, será possível renascer uma vez passada metade da vida (Jo 3,4)?
Assim o disseste, e para mim tornou-se realidade.
Já não sinto o peso das faltas e das minhas penas dessa vida longa.
De pé, recebi sobre os ombros o manto branco,
Símbolo luminoso da pureza.

Trouxe à mão o círio cuja chama anuncia a Tua vida santa a brilhar em mim.
E o meu coração transformou-se na manjedoura que por Ti espera.
Por pouco tempo!

Maria, Tua Mãe, e também minha, deu-me o nome.
À meia-noite depõe no meu coração o seu bebé, recém-nascido.
Oh! Não há coração humano que possa imaginar
O que Tu preparas para aqueles que Te amam (1Cor 2,9).
És meu para sempre e nunca Te deixarei.

Seja qual for o caminho que venha a trilhar estás sempre comigo.
E nada mais poderá separar-me do Teu amor (Rm 8,39).

domingo, 15 de abril de 2012

Evangelho segundo S. João 3,1-8.

Segunda-feira, dia 16 de Abril de 2012


Entre os fariseus havia um homem chamado Nicodemos, um chefe dos judeus.
Veio ter com Jesus de noite e disse-lhe: «Rabi, nós sabemos que Tu vieste da parte de Deus, como Mestre, porque ninguém pode realizar os sinais portentosos que Tu fazes, se Deus não estiver com ele.»

Em resposta, Jesus declarou-lhe: «Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer do Alto não pode ver o Reino de Deus.»
Perguntou-lhe Nicodemos: «Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura poderá entrar no ventre de sua mãe outra vez, e nascer?»
Jesus respondeu-lhe: «Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.
Aquilo que nasce da carne é carne, e aquilo que nasce do Espírito é espírito.

Não te admires por Eu te ter dito: 'Vós tendes de nascer do Alto.'
O vento sopra onde quer e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito.»



Comentário ao Evangelho do dia feito por :


São João da Cruz (1542-1591), carmelita, doutor da Igreja

Lemos em São João: «Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus». Renascer perfeitamente do Espírito Santo nesta vida é ter a alma muito parecida com Deus pela pureza, é não reter em si mesmo nenhuma mistura de imperfeição. É assim que se pode realizar a pura transformação da alma em Deus; ela participa da natureza de Deus pela sua união com Ele, embora essa união não seja a união das naturezas essenciais de ambos.


Para maior clareza, façamos uma comparação. Eis um raio de sol que cai sobre um vidro. Se o vidro estiver obscurecido por uma mancha ou embaciado, o raio não o poderá iluminar inteiramente nem transformá-lo totalmente na sua luz, como aconteceria se ele estivesse perfeitamente límpido e livre de toda a mancha. A culpa não será do feixe de luz, mas do vidro. Se este estivesse totalmente puro e livre de manchas, iluminá-lo-ia e transformá-lo-ia de modo que pareceria ser o próprio raio de sol e daria a mesma claridade que ele. Continua a ser verdade que o vidro, ainda que muito parecido com o raio, manteria a sua natureza distinta. E, no entanto, poderíamos dizer que o vidro se tornou raio de luz, por participação.


Passa-se o mesmo com a alma. Está constantemente a ser invadida pela luz do ser de Deus, ou por outra, esta habita nela por natureza. Desde que consinta em desfazer-se das névoas e das manchas que os objectos criados nela imprimem, ou, por outras palavras, desde que tenha a sua vontade perfeitamente unida à de Deus — pois amar Deus é trabalhar, por Deus, para se despojar de tudo aquilo que não é Deus — encontra-se, desde logo, iluminada e transformada em Deus.

sábado, 14 de abril de 2012

Evangelho segundo S. João 20,19-31.

Domingo, dia 15 de Abril de 2012


Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, com medo das autoridades judaicas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!»

Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor.

E Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.»

Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo.
Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.»

Tomé, um dos Doze, a quem chamavam o Gémeo, não estava com eles quando Jesus veio.

Diziam-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor!» Mas ele respondeu-lhes: «Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.»
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse: «A paz seja convosco!»

Depois, disse a Tomé: «Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel.»
Tomé respondeu-lhe: «Meu Senhor e meu Deus!»

Disse-lhe Jesus: «Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto».

Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus, na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro.

Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e, acreditando, terdes a vida nele.



Comentário ao Evangelho do dia feito por :


Basílio da Selêucida, bispo


Escondidos numa casa, os apóstolos vêem Cristo; Ele entra com todas as portas fechadas. Mas Tomé, então ausente, fecha os ouvidos e quer abrir os olhos. Ele deixa explodir a sua descrença, esperando que o seu desejo seja atendido. «As minhas dúvidas só desaparecerão quando O vir, diz ele. Meterei o meu dedo nas marcas dos pregos, e ouvirei esse Senhor que tanto desejo. Não me importo que me acuse de falta de fé, desde que me encha com a Sua visão. Agora sou incrédulo, mas assim que O vir, acreditarei.

Acreditarei quando O apertar em meus braços e O contemplar. Quero ver essas mãos perfuradas, que curaram as malfeitoras mãos de Adão. Quero ver esse lado, que derrubou a morte do lado do homem. Quero ser eu próprio testemunha do Senhor e o testemunho doutro não me basta. As vossas histórias exasperam a minha impaciência. A feliz notícia que trazeis só aviva a minha dúvida. Não me curarei deste mal, a não ser que toque o remédio das Suas mãos.»


O Senhor reapareceu e dissipou ao mesmo tempo a tristeza e a dúvida do Seu discípulo. Que digo? Ele não lhe dissipa a dúvida, ele preenche-lhe as expectativas. Ele entra com todas as portas fechadas.


Sabado, dia 14 de Abril de 2012

Evangelho segundo S. Marcos 16,9-15.

Tendo ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, Jesus apareceu primeiramente a Maria de Magdala, da qual expulsara sete demónios.
Ela foi anunciá-lo aos que tinham sido seus companheiros, que viviam em luto e em pranto.
Mas eles, ouvindo dizer que Jesus estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram.
Depois disto, Jesus apareceu com um aspecto diferente a dois deles que iam a caminho do campo.
Eles voltaram para trás a fim de o anunciar aos restantes. E também não acreditaram neles.
Apareceu, finalmente, aos próprios Onze quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração em não acreditarem naqueles que o tinham visto ressuscitado.
E disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura.


Comentário ao Evangelho do dia feito por :


São Romano, compositor de hinos

«De uma vez por todas digo aos Meus santos: ide pelo mundo inteiro, pelas nações e pelos reinos e fazei discípulos. Porque tudo Me foi entregue por Aquele que Me gerou (cf. Mt 28,18-19), tanto o mundo superior como o inferior, dos quais Eu era o Senhor antes mesmo de ter tomado a carne. Agora tomei posse do Meu reinado sobre todo o Universo e tenho em vós um conselho de ministros sagrados, Eu, que sou o único que conhece as profundezas dos corações.


«Ide a todas as nações. Tendo lançado à terra a semente do arrependimento, irrigai-a com os vossos ensinamentos.» Escutando estas palavras os apóstolos olhavam uns para os outros, meneando a cabeça: «De onde nos virão a voz e a língua para falar a todos? Quem nos dará forças para lutar com os povos e as nações como Tu nos ordenaste, a nós que nem temos letras nem cultura, humildes pecadores que somos, sendo Tu o único a conhecer as profundezas dos corações?»


«Não atormenteis o vosso coração, que o Inimigo não vos perturbe o espírito. Não penseis mais como criancinhas. Não quero vencer pela força, é através dos fracos que opero. Não procuro os que gostam de filosofar: escolhi 'aquilo que é louco aos olhos do mundo' (cf. 1Co 1,27), Eu, que sou o único a conhecer as profundezas dos corações.


«Ide, portanto, a toda a Criação. Regai com os vossos ensinamentos a semente do arrependimento que semeastes. Velai para que nenhuma alma penitente se quede fora da vossa rede. Comprazo-Me naqueles que voltam para Mim, como vós também sabeis. Ah, até aquele que Me traiu, se tivesse voltado para Mim depois de Me ter vendido! Apagando o seu pecado, tê-lo-ia reunido a vós, Eu que sou o único que conhece as profundezas dos corações.


«Dizei-lhes que sou Deus e que Eu, o Inexprimível, tomei a condição de servo (Fl 2,7). Mostrai-lhes como fiz Minhas as feridas da carne. Enterrado por ter sido condenado, pilhei o inferno porque Eu sou o Senhor.» Fortalecidos pelas Suas palavras, os Apóstolos disseram ao Criador: «Tu és o Deus que era antes dos séculos e jamais terás fim. Proclamar-Te-emos como nos ordenaste. Fica connosco, sê o nosso defensor, Tu que és o único que conhece as profundezas dos corações.»

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Evangelho segundo S. João 21,1-14.

Sexta-feira, dia 13 de Abril de 2012

Naquele tempo, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades, e manifestou-se deste modo:
estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos.
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.
Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele.
Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.»
Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar.
Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque estava sem mais roupa, e lançou-se à água.
Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros.
Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão.
Jesus disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.»
Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.
Disse-lhes Jesus: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor.
Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe.
Esta já foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.


Comentário por :

Papa Bento XVI

A chamada de Pedro para ser pastor (Jo 21,15-17) acontece depois de uma pesca abundante: depois de uma noite durante a qual tinham lançado as redes sem pescar nada, os discípulos vêem na margem do lago o Senhor Ressuscitado. Ele ordena-lhes que voltem a pescar mais uma vez e eis que a rede se enche tanto, que eles não conseguem tirá-la para fora da água: cento e cinquenta e três peixes grandes. «E apesar de serem tantos, a rede não se rompeu» (Jo 21,11).


Esta narração do final do caminho terreno de Jesus com os Seus discípulos corresponde a uma narração do início: também então os discípulos não tinham pescado nada durante toda a noite; também então Jesus tinha convidado Simão a fazer-se ao largo mais uma vez. E Simão, que ainda não era chamado Pedro, deu esta admirável resposta: Mestre, porque Tu o dizes, lançarei as redes! E eis que Jesus lhe confere a sua missão: «Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens» (Lc 5,1-11).


Também hoje é dito à Igreja e aos sucessores dos apóstolos que se façam ao largo no mar da história e que lancem as redes, para conquistar os homens para o Evangelho, para Deus, para Cristo, para a vida. Os Padres dedicaram um comentário muito particular a esta tarefa. Dizem eles: para o peixe, criado para a água, é mortal ser tirado para fora do mar; ele é privado do seu elemento vital para servir de alimento ao homem. Mas na missão do pescador de homens acontece o contrário: nós, homens, vivemos alienados nas águas salgadas do sofrimento e da morte, num mar de obscuridade sem luz; a rede do Evangelho tira-nos para fora das águas da morte e conduz-nos ao esplendor da luz de Deus, na verdadeira vida. É precisamente assim na missão de pescador de homens, no seguimento de Cristo: é necessário conduzir os homens para fora do mar salgado de todas as alienações, rumo à terra da vida, rumo à luz de Deus. É precisamente assim: nós existimos para mostrar Deus aos homens.

Quinta-feira, dia 12 de Abril de 2012
Evangelho segundo S. Lucas 24,35-48.

Naquele tempo, os discípulos de Emaús contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como Jesus se lhes dera a conhecer, ao partir o pão.
Enquanto isto diziam, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!»
Dominados pelo espanto e cheios de temor, julgavam ver um espírito.
Disse-lhes, então: «Porque estais perturbados e porque surgem tais dúvidas nos vossos corações?
Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo. Tocai-me e olhai que um espírito não tem carne nem ossos, como verificais que Eu tenho.»
Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.
E como, na sua alegria, não queriam acreditar de assombrados que estavam, Ele perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa que se coma?»
Deram-lhe um bocado de peixe assado;
e, tomando-o, comeu diante deles.
Depois, disse-lhes: «Estas foram as palavras que vos disse, quando ainda estava convosco: que era necessário que se cumprisse tudo quanto a meu respeito está escrito em Moisés, nos Profetas e nos Salmos.»
Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras
e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dentre os mortos, ao terceiro dia;
que havia de ser anunciada, em seu nome, a conversão para o perdão dos pecados a todos os povos, começando por Jerusalém.
Vós sois as testemunhas destas coisas.




Comentário por :

São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja

Depois da ressurreição, como o Senhor entrou com todas as portas fechadas (cf. Jo 20,19), e os discípulos não acreditavam que Ele tivesse reencontrado a realidade do Seu corpo: supunham que apenas a Sua alma tivesse vindo, sob uma aparência corporal, como as imagens que aparecem àqueles que sonham durante o sono. «Eles julgavam ver um espírito».


«Porque estais perturbados e porque surgem tais dúvidas nos vossos corações? Vede as Minhas mãos e os Meus pés». Vede, quer dizer: prestai atenção. Porquê? Porque não é um sonho que estais a ter. Vede as Minhas mãos e os Meus pés porque, com os vossos olhos acabrunhados, não podeis, ainda, contemplar o Meu rosto. Vede as feridas da Minha carne, uma vez que ainda não conseguis ver as obras de Deus. Contemplai as marcas feitas pelos Meus inimigos, uma vez que ainda não vedes as manifestações de Deus. Tocai-Me para que a vossas mãos vos dêem a prova, visto os vossos olhos estarem cegos a esse ponto. Descobri os buracos nas Minhas mãos, analisai o Meu lado, reabri as Minhas feridas, pois não posso recusar aos Meus discípulos, tendo em vista a fé, o que não recusei aos Meus inimigos no suplício. Tocai, tocai , buscai até aos ossos, para confirmar a realidade da carne e que estas feridas, ainda abertas, atestem que sou mesmo.


Porque não acreditais que ressuscitei, Eu que fiz reviver vários mortos à vossa vista? Quando estava suspenso na cruz, insultavam-Me dizendo: «Tu, que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo! Se és Filho de Deus, desce da cruz e acreditaremos!» (cf. Mt 27,40). O que é mais difícil: descer da cruz, arrancando os pregos, ou subir dos infernos, calcando a morte sob os Meus pés? Eis que Me salvei a Mim mesmo e, destruindo as cadeias do inferno, subi para o mundo do alto.

terça-feira, 10 de abril de 2012

MEDO NÃO. NÓS TEMOS UM DEUS.

Os dias que decorreram entre a ressurreição do Senhor e a Sua ascensão não foram desprovidos de acontecimentos: houve grandes mistérios que foram confirmados, grandes verdades que foram reveladas. Foi então que foi abolido o medo amargo da morte e que foi manifestada a imortalidade, não apenas da alma, mas também da carne.


Naqueles dias, o Senhor junta-Se a dois discípulos e acompanha-os no caminho; e, a fim de dissipar em nós todas as trevas da dúvida, censura estes homens amedrontados pela sua lentidão em compreender. Os corações que Ele ilumina vêem acender-se neles a chama da fé; estavam desalentados, e enchem-se de ardor quando o Senhor os faz compreender as Escrituras. À fracção do pão abrem-se os olhos dos que estão à mesa com Ele: vêem a glorificação da sua natureza humana e sentem uma felicidade bem maior do que os nossos primeiros pais, cujos olhos se abriram sobre a vergonha da sua desobediência (Gn 3,7).


Como os discípulos permanecessem perturbados perante estas e outras maravilhas, o Senhor apareceu no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco» (Lc 24,36, Jo 20,26). Para que não permanecessem nestes pensamentos que os perturbavam, revelou aos seus olhos hesitantes os vestígios da cruz nas Suas mãos e nos Seus pés. Deste modo, não seria com uma fé hesitante, mas com convicção segura, que eles afirmariam que o corpo que ia sentar-Se no trono de Deus Pai era efectivamente Aquele que tinha descansado na sepultura.

Eis o que a bondade de Deus ensinou tão cuidadosamente durante o tempo que mediou entre a ressurreição e a ascensão, eis o que mostrou aos olhos e ao coração dos Seus amigos: o Senhor Jesus Cristo, que tinha nascido verdadeiramente, verdadeiramente sofreu e morreu, e ressuscitou verdadeiramente.

"São Leão Magno, Papa e Doutor da Igreja"

Não temas,ou Fear Not: "We Have a God" (Nós temos um Deus)

TRAIDOR, UMA DAS FACES DO DIABO

«Não vos escolhi Eu a vós, os Doze? Contudo, um de vós é um diabo» (Jo 6,70). O Senhor devia dizer: «Escolhi onze de vós»; terá ele escolhido um demónio, haveria um demónio entre os eleitos? Diremos nós que, ao escolher Judas, quis o Salvador cumprir através dele, contra sua vontade, sem que ele soubesse, uma obra tão grande e tão boa? Isto é próprio de Deus: fazer que as más obras dos maus sirvam o bem. O mau faz que todas as boas obras de Deus sirvam o mal; o homem de bem, ao contrário, faz que as más acções dos maus sirvam o bem. Haverá alguém tão bom quanto o Deus único? O próprio Senhor diz: «Ninguém é bom senão um só: Deus» (Mc 10,18)


Haverá quem seja pior do que Judas? De entre os discípulos do Mestre, de entre os Doze, foi ele o escolhido para guardar a bolsa e prover aos pobres (Jo 13,29). Mas depois de tal dom, é ele quem recebe dinheiro para entregar Aquele que é a Vida (Mt 26,15); perseguiu como inimigo Aquele a Quem tinha seguido como discípulo. Mas o Senhor fez que tão grande crime servisse o bem. Aceitou ser traído para nos resgatar: eis como o crime de Judas se transmuta em bem.


Quantos mártires terá Satanás perseguido? Mas, se não o tivesse feito, não celebraríamos hoje o triunfo daqueles. O mau não pode contrariar a bondade de Deus. Ainda que Satanás seja um artesão do mal, o supremo Artesão não permitiria a existência do mal se não soubesse servir-Se dele para que tudo concorra para o bem.

"TRAIDOR": PAULADA DA BANDA ALEMÃ DE HEAVY METAL: SEVENTH AVENUE

terça-feira, 3 de abril de 2012

RESSUSCITOU

No dia da Ascensão, Jesus ordenou aos seus discípulos que fossem e anunciassem a Boa Nova, o Evangelho – conforme a palavra grega que a Bíblia utiliza. Eis o que nós fazemos, com este serviço espalhado por todo o mundo e utilizando todos os meios que a tecnologia da informação põe ao nosso alcance.

Mas que Boa Nova é essa? Qual é o seu cerne?
O texto evangélico que será proclamado na vigília pascal dá-nos a resposta: «Ressuscitou: não está aqui!» (Mc 18,6). Com efeito, «se (como diz S. Paulo) Cristo não tivesse ressuscitado, então a nossa pregação seria vã, vã também a nossa fé… e nós seríamos falsas testemunhas de Deus» (1 Co 15,14-15).

Durante quarenta dias, preparamo-nos para viver mais uma vez esta «Boa Nova», não como uma proclamação litúrgica mas como uma verdadeira «novidade», capaz de mudar as nossas vidas.

Os textos que escutamos durante o tríduo pascal mostram-nos um Jesus amando sem limites e sofrendo na sua carne até ao aniquilamento total. É esse mesmo Jesus que aparecerá a Maria Madalena e aos apóstolos, vitorioso, ressuscitado, Senhor.

«Disso nós somos testemunhas», dirão os apóstolos (At 3,15). Que Deus nos conceda a graça de o podermos dizer também a nós próprios, aos nossos parentes, aos nossos vizinhos, «a toda a criatura» (Mc 16.15).
Com os votos de uma Santa e Feliz Páscoa


segunda-feira, 2 de abril de 2012

VIA DOLOROSA

A Via Sacra é uma oração que nos lembra o caminho da dor e do sofrimento de JESUS, no percurso de sua Divina missão Redentora, quando de modo perfeito e heróico, demonstrou uma profunda obediência ao PAI ETERNO e um infinito Amor à humanidade de todas as gerações.


Normalmente é rezada as Quartas-feiras e Sextas-feiras no período da Quaresma. Todavia, por sua importância e valor espiritual, deveria ser lembrada nos demais meses do ano, por todos aqueles que se sentirem sensibilizados à amenizar as dores do Redentor e quiserem se irmanar aos sofrimentos de JESUS, penitenciando-se de suas próprias culpas e das transgressões da humanidade.


Rezar a Via Sacra é reviver na mente e no coração a grandeza do Amor de DEUS, que para Salvar e Redimir a humanidade de todas as gerações, entregou o seu Divino FILHO em holocausto, como Vítima Perfeita para lavar os pecados de todos nós!


Sobre o assunto canta agora a banda norte americana, LEELAND: VIA DOLOROSA