quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A MANIFESTAÇÃO DO SENHOR

Ainda não se fechou totalmente o ciclo do Natal, pois, alcança ainda um novo ponto culminante na liturgia do dia 06 de Janeiro. A festa deste dia ocupa, na Igreja Oriental, o lugar que o Natal ocupa entre nós. Trata-se da celebração de uma grande idéia: A Manifestação ou “Epifania do Senhor”.

A Festa que a Igreja celebra tem o nome de Epifania, isto é, aparição do Senhor, por apresentar-se nos três grandes mistérios em que Jesus Cristo se manifestou ao mundo como Filho de Deus e Salvador do gênero humano.

O primeiro destes mistérios é a adoração que os três Magos prestaram ao Menino, em Belém. O segundo é o Batismo de Jesus Cristo no Jordão, ocasião em que o Pai celeste fez a apresentação de seu Filho, dizendo: “Este é meu Filho mui amado, em quem pus minha complacência”. O terceiro, finalmente, é a transformação da água em vinho, milagre que Cristo fez, por ocasião da bodas de Caná, para manifestar aos discípulos sua missão messiânica.



Logo após seu nascimento no estábulo de Belém, Jesus Cristo quis manifestar-se aos judeus e aos pagãos. Aos pastores, que estavam nos campos vigiando os seus rebanhos, enviou uma mensagem celestial, por intermédio dos Anjos, que lhes anunciaram o grande acontecimento, dizendo: “Não tenhais medo, anuncio-vos uma boa nova, que há de ser para todo o povo, motivo de grande alegria! Hoje, na cidade de Davi, nasceu o Salvador, que é o Cristo, nosso Senhor” (Lc. 2,10). Aos pagãos do Oriente mandou a estrela maravilhosa, a anunciar-lhes o aparecimento daquela estrela profetizada por Balaam, nas palavras: ”Uma estrela sai de Jacó, um cetro levanta-se de Israel, que esmagará os príncipes de Moab”.

Os pagãos bem conheciam esta profecia, e ansiosos estavam pelo aparecimento da estrela preconizada. Afinal, a viram surgir. Sobressaindo-se entre as outras, pelo brilho e posição extraordinários, chamou a atenção de três homens, conhecidos por Gaspar, Melquior e Baltazar ou, como a Bíblia os intitula: os três Magos do Oriente.

Iluminados por luz divina, conheceram no aparecimento da estrela, o sinal indubitável do cumprimento da palavra profética de Balaam, e sem demora, trataram dos preparativos da viagem, que os levasse à presença do rei dos judeus recém-nascido. A estrela servia-lhes de guia. Seguindo-a sem desfalecimento, chegaram a Jerusalém.


É fora de dúvida que os Magos tenham comunicado aos súditos o aparecimento do Salvador e com eles se tenham convertido à religião de que se confessaram fiéis discípulos até o fim da vida.

Um autor antiqüíssimo, na explicação que faz do Evangelho de S. Mateus, diz que o apóstolo Tomé os batizou na Pérsia e com eles milhares de súditos. Uma tradição existe, segundo a qual as relíquias dos Magos foram transportadas para Constantinopla, e de lá passaram para Milão, de onde, no século 12 o imperador Frederico Barbaroxa as trasladou para Colônia, em cuja majestosa Catedral são até hoje veneradas.

Os três Magos são, com toda razão, chamados as primícias de nossa fé, e sua festa é digna de ser celebrada com a maior solenidade, em sinal de alegria, por Deus ter chamado também os pagãos, ao conhecimento da religião de seu Filho Unigênito.

É um benefício imenso que Deus nos tenha chamado à existência num tempo e numa terra onde reina a verdadeira religião. Milhares e milhares de homens e mulheres não têm esta felicidade. Quantos milhões ainda são pagãos?

Agradecemos, portanto, de todo coração a Deus a graça desta nossa vocação cristã e esforcemo-nos por tornar-nos cada vez mais dignos da mesma.  

Pelo Pe João Batista Lehmann

Epiphany é também a faixa que dá título ao álbum da banda paulistana “Eterna” gravado em 2004 que, aliás, foi considerado um dos quatro melhores álbuns de heavy metal brasileiro daquele ano.

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