quarta-feira, 15 de junho de 2011

"UN-CLASSIC ROCK"

Acabamos de  comemorar mais um aniversário desta revolução musical denominada “rock and roll”. São mais de  meio século de um petardo sonoro que vem atravessando gerações e pulsando nas veias de uma legião de seguidores de todos os cantos do mundo.

E, quando se fala em todos os cantos do mundo, obviamente se constata que, de todos os lugares deste planeta emergem todos os dias novas e infinitas bandas dispostas a traduzir em novos acordes seu fascínio por este rítmo musical, concorrendo para sua perpetuação na história.

Não é exagero, portanto, afirmar que, de tantas bandas que já surgiram e que surgem a cada piscar de olhos, milhares delas são formadas por excelentes músicos e que fazem ótimos trabalhos. Não é demais também concluir que em função disso acabam por lograr certo êxito em suas pretensões dado o número de fiéis seguidores que conseguem arregimentar e que lhes garantem a sobrevivência.

Interessante lembrar então, que, sucesso não é sinônimo de fama e fama não implica necessariamente em sucesso.

Infelizmente, na cultura do país que vivemos estes dois substantivos parece que não são distintos. Há uma pré e uma ocupação intensa no sentido de inserir na mente das pessoas a idéia de que só tem valor quem aparece na mídia, ou seja, só faz sucesso quem tem fama.

No universo do rock, em particular, costumamos citar como exemplo as estrelas do firmamento: se olharmos para cima durante à noite veremos milhares de estrelas brilhando, porém, uma boa parte delas já não existe mais há muitos anos. O que vemos na realidade é apenas o brilho de cada uma  rompendo a barreira do tempo e refletindo no presente o que elas foram no passado.

Assim acontece com nossos veículos de comunicação, inclusive os especializados em rock and roll (o que é uma pena) que só dão ênfase às bandas precursoras dos vários estilos que se derivaram da idéia original e que ganharam a aceitação do grande público rockeiro, bem como a outras antigas que, embora sem o rótulo de vanguardistas, foram disseminadoras destas várias vertentes e que, igualmente obtiveram grande repercussão por seus trabalhos.

Nada, absolutamente, contra à reprodução de suas obras e a valorização destas bandas e artistas, a quem se imortalizou com a expressão “clássicos”, mas, dar ao rock uma conotação de  “flash back” como fazem atualmente algumas emissoras e a grande mídia nacional, é o mesmo que incutir no inconsciente da sociedade em geral a idéia de que o rock and roll acabou e que não existem mais bandas ou artistas que produzam rock, ou que, os que existem não merecem notoriedade pelo fato de não serem os precursores do rítmo que tocam ou por não se lhes reconhecer um talento que só às grandes feras do passado pode ser atribuído. E o triste é que,  para melhor caracterizar este “enterro” do rock and roll nem os trabalhos  mais recentes destas bandas antigas que ainda estão na ativa são difundidos.

À vista disto a Pastoral do Rock visa num de  seus objetivos e dentro de sua limitação, promover a difusão dos trabalhos de infinitas outras bandas que não se perfilam neste rótulo de “clássicos”, mas que, igualmente (ou senão melhor) produzem uma música de primeiríssima qualidade e sobretudo, com uma preocupação social muito grande evidenciada em suas mensagens e que não são conhecidas da grande nação rockeira.

É um desafio? Sem dúvida. Mas, não é este espírito desafiador que sempre norteou os caminhos do rock and roll?


Carlos Santos

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