segunda-feira, 7 de maio de 2012

Eu vou, mas voltarei!


Terça-feira, dia 08 de Maio de 2012

 

Evangelho segundo S. João 14,27-31a.


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Deixo-vos a paz; dou-vos a minha paz. Não é como a dá o mundo, que Eu vo-la dou. Não se perturbe o vosso coração nem se acovarde.
Ouvistes o que Eu vos disse: 'Eu vou, mas voltarei a vós.' Se me tivésseis amor, havíeis de alegrar-vos por Eu ir para o Pai, pois o Pai é mais do que Eu.


Digo - vo-lo agora, antes que aconteça, para crerdes quando isso acontecer.
Já não falarei muito convosco, pois está a chegar o dominador deste mundo; ele nada pode contra mim,
mas o mundo tem de saber que Eu amo o Pai e atuo como o Pai me mandou. Levantai-vos, vamo-nos daqui!»


Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Cardeal Joseph Ratzinger [Papa Bento XVI]

O evangelista João faz remontar ao momento da cruz os dois sacramentos [do batismo e da eucaristia]: vê-os jorrar do lado aberto do Senhor (19,34) e aí descobre o cumprimento de certas palavras de Jesus no Seu discurso de despedida: «Eu vou, mas voltarei a vós» (grego). «Partindo, venho; sim, a Minha partida – a morte na cruz – é também a Minha vinda.»


Enquanto estamos vivos, o corpo não é apenas a ponte que nos liga uns aos outros, é também a barreira que nos separa, que nos encerra no reduto intransponível do nosso eu.  O Seu lado aberto torna-se o símbolo da nova abertura que o Senhor adquiriu na morte. Desde então, a barreira do Seu corpo desapareceu: o sangue e a água correm do Seu flanco, através da história, numa imensa onda; enquanto Ressuscitado, Ele é o espaço aberto que a todos nos convida.

O Seu regresso não é um acontecimento longínquo situado no fim dos tempos; iniciou-se já à hora da Sua morte quando, ao partir, Ele veio de forma completamente nova para o meio de nós. Assim, na morte do Senhor, cumpriu-se o destino do grão de trigo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas, se morrer, dará muito fruto (Jo 12, 24). 


Todos nós vivemos ainda do fruto deste grão que morreu. No pão da eucaristia, recebemos a inesgotável multiplicação dos pães do amor de Jesus Cristo, rico o bastante para saciar a fome por todos os séculos.

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