Sexta-feira, dia 04 de Maio de 2012
Evangelho segundo S. João 14,1-6.
Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, como teria dito Eu que vos vou preparar um lugar?
E quando Eu tiver ido e vos tiver preparado lugar, virei novamente e hei-de levar-vos para junto de mim, a fim de que, onde Eu estou, vós estejais também.
E, para onde Eu vou, vós sabeis o caminho.»
Disse-lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos nós saber o caminho?»
Jesus respondeu-lhe: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim.
Comentário feito por :
São Raphaël Arnaiz Baron (1911-1938), monge trapista espanhol
Se o mundo soubesse o que significa amar a Deus, ainda que pouco, também amaria o próximo.
Quando se ama a Jesus, quando se ama a Cristo, também se ama aqueles que Ele ama. E Ele morreu de amor pelos homens.
Porque, transformando o nosso coração no coração de Cristo, sentimos e percebemos os seus efeitos, e o maior de todos é o amor, o amor à vontade do Pai, o amor para com todos os que sofrem e gemem, o amor pelo irmão distante, seja ele inglês, japonês ou monge, o amor a Maria.
Quem poderá compreender o amor de Cristo? Ninguém.
Mas há quem tenha dele pequenas centelhas, ocultas e silenciosas, sem que o mundo o saiba.
Meu Jesus, como és bom! Tudo fazes maravilhosamente! Mostras-me o caminho e mostras-me o fim. O caminho é a doce cruz, o sacrifício, a renúncia a si próprio, por vezes a batalha sangrenta que se resolve, por entre lágrimas, no Calvário ou no Jardim das Oliveiras.
O caminho, Senhor, é ser o último, o doente, o pobre. Mas nada importa, pelo contrário!
Estas renúncias são amáveis quando suscitam na alma a caridade, a fé e a esperança; é desta maneira que tu transformas os espinhos em rosas.
E o fim? O fim és Tu, e apenas Tu. O fim é a posse eterna de Ti no céu, com Maria, com todos os anjos e todos os santos. Mas isso é no céu. E, para animar os débeis, os fracos, os cobardes como eu, Tu manifestas-Te por vezes ao seu coração e dizes-lhes: «Que procuras? Que queres? Por quem chamas? Repara, sou Eu. Eu sou a Verdade e a Vida.»
E então, Senhor, enches a alma dos Teus servos com doçuras inexprimíveis, que eles ruminam em silêncio e que mal conseguem explicar. Meu Jesus, como Te amo, a despeito do que sou.
E quanto mais pobre e miserável sou, mais Te amo. E amar-Te-ei sempre; agarrar-me-ei a Ti e não Te deixarei mais – não sei que mais dizer.
Quinta-feira, dia 03 de Maio de 2012
Evangelho segundo S. João 14,6-14.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim. Se ficastes a conhecer-me, conhecereis também o meu Pai. E já o conheceis, pois estais a vê-lo.»
Disse-lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta!»
Jesus disse-lhe: «Há tanto tempo que estou convosco, e não me ficaste a conhecer, Filipe? Quem me vê, vê o Pai. Como é que me dizes, então, 'mostra-nos o Pai'?
Não crês que Eu estou no Pai e o Pai está em mim? As coisas que Eu vos digo não as manifesto por mim mesmo: é o Pai, que, estando em mim, realiza as suas obras.
Crede-me: Eu estou no Pai e o Pai está em mim; crede, ao menos, por causa dessas mesmas obras.
Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim também fará as obras que Eu realizo; e fará obras maiores do que estas, porque Eu vou para o Pai,
e o que pedirdes em meu nome Eu o farei, de modo que, no Filho, se manifeste a glória do Pai.
Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu o farei.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Bruno de Segni (c. 1045 - 1123), bispo
Jesus diz-nos: «Quereis vir ao Pai? Quereis conhecê-Lo? Conhecei-Me primeiro a Mim, a Quem vedes, e assim conhecereis também Aquele que ainda não conseguis ver. Já O vistes, mas em Espírito e pela fé. É Ele que fala em Mim, porque Eu não falo por Mim mesmo. Quando Me escutais, estais a vê-Lo; pois, quando se trata de realidades espirituais, não há diferença entre ver e escutar: aquele que escuta vê o que escuta. Deste modo, vedes o Pai quando O ouvis falar em Mim. E, desde agora, já O conheceis, porque Ele habita em vós e está em vós».
Disse-Lhe Filipe: «Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta!» Filipe queria ver o Pai, não apenas em espírito, com os olhos da fé, mas também com os olhos da carne. Também Moisés tinha dito: «Se é verdade que alcancei graça aos Teus olhos, revela-Me as Tuas intenções e que eu Te conheça». E o Senhor respondeu-lhe: «Tu não poderás ver a Minha face, pois o homem não pode contemplar-Me e continuar a viver» (Ex 33,13.20).
Aqui, Jesus diz a Filipe: «Há tanto tempo que estou convosco, e não Me ficaste a conhecer, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai». Filipe falava da visão dos sentidos; Cristo chama-o à visão interior e convida-o a ver com os olhos da alma. «Há tanto tempo que estou convosco, há tanto tempo que vivo convosco; há tanto tempo que vos revelo a Minha divindade e o poder das Minhas palavras através de sinais e milagres, e tu não Me conheces? Filipe, quem Me vê, não com os olhos da carne, como pensas, mas com os olhos do coração, como Eu te digo, esse vê o Pai».
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